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sexta-feira, 16 de abril de 2010

A Arte de Escrever - Schopenhauer


"Os professores ensinam para ganhar dinheiro (...) E os alunos não aprendem para ganhar conhecimento e se instruir, mas para poder tagarelar e para ganhar ares de importantes"
"A peruca é o símbolo mais apropriado para o erudito puro. Trata-se de homens que adornam a cabeça com uma rica massa de cabelo alheiro porque carecem de cabelos próprios."

São esses comentários ferinos, bem humorados que me fizeram querer ir em frente e ler o livro em duas semanas. O interessante foi descobrir que Arthur Schopenhauer (1788-1860) tinha pensamentos tão atuais sobre linguística:
"... todos os estilos de escrita devem conservar um certo vestígio do parentesco com o estilo lapidar que é seu precursor. Querer escrever como se fala é tão condenável quanto o contrário, ou seja, querer falar como se escreve, o que resulta num modo de falar pedante e ao mesmo tempo dificil de entender." "Quando se aprende uma língua, a dificuldade consiste sobretudo em reconhecer cada conceito para o qual essa língua tem uma palavra, mesmo que a própria língua de quem aprende não pussua nenhuma palavra que corresponda com exatidão a tal conceito, o que ocorre com frequencia. Por isso, quando alguém aprende uma língua estrangeira, precisa delimitar várias esferas inteiramente novas de conceitos em seu espírito, desse modo surgem esferas de conceitos onde antes não havia nenhuma. Portanto, não aprendemos palavras apenas, mas adquirimos conceitos (...) Pessoas pouco capazes também nao assimilarão com facilidade uma lingua estrangeira: (...) Não conseguem se apropriar do espirito da língua estrangeira, o que se deve, na verdade, ao fato de que seu pensamento não se vale de meios próprios, mas é emprestado em sua maior parte da língua materna, (...) mesmo em sua própria lingua, essas pessoas costumam usar apenas expressões idiomáticas gastas. (...) no aprendizado de cada língua estrangeira, formam-se novos conceitos para dar sentido a novos signos."

E suas dicas para quem quer escrever:
"Com frequencia, escrevi frases que hesitei em apresentar ao público, em função de seu caráter paradoxal, e depois as encontrei, para minha agradável surpresa, expressas literalmente nas obras antigas de grandes homens." "Assim como a leitura, a mera experiência não pode substituir o pensamento (...)" "O mais belo pensamento corre o perigo de ser irremedialvelmente esquecido quando não é escrito." "Para alguém se tornar um grande escritos isso é indispensável ... formar-se imitando o modelo da Antiguidade, antes de passar a uma composição própria.

Por essa e por outras razões fica a dica. Um livro para ler e depois pensar sobre, como o próprio autor sugere.

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