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domingo, 26 de outubro de 2008

Caos Urbano - Introdução






(Foto by Luiz Sarti)

Caos Urbano será o título de uma série de crônicas à respeito da cidade de São Paulo. A idéia de escrever este conjunto de crônicas sobre a cidade e minha vida aqui surgiu depois de fazer um “chat” (já aportuguesaram esta palavra? Seria chate? ) com um amigo, médico anestesista, morador e natural de Fortaleza. Ele estudou, formou-se e fez residência em São Paulo. Há pouco mais de um ano ele voltou para Fortaleza. Perguntei se estava gostando de morar lá, junto da família e dos antigos amigos e sua resposta foi: “Depois de morar em São Paulo, o resto é resto.” Concordei com um sorriso. Ele não viu pois a câmera estava desligada. Pensei em minha própria experiência. Morei o ano de 1999 em Londres e esta era minha frase em relação a outras cidades no mundo: “Depois de Londres, o resto é resto”. Mas obviamente aqui no Brasil, São Paulo é São Paulo, só rivalizaria com Rio de Janeiro e lá no fim da fila com Curitiba ou Porto Alegre. Sei que muita gente preferiria estar morando em Fortaleza, perto do mar, das jangadas e falésias, longe do frio invernal. Ao concordar, pensei em termos de tamanho, novidades, tecnologia, oferta de atividades culturais e profissionais. Eu e meu amigo João somos típicos ‘homus urbanus”. Gostamos de baladas, de sair com os amigos, beber em bares e cafés, conversar até de madrugada rodeado de pessoas desconhecidas, fumar a fumaça do cigarro alheio, ver gente, ir em livrarias, exposições, cinema ver filme esquisito. Em Fortaleza pode-se fazer o mesmo, mas não é a mesma coisa! Digitei em resposta, sem pestanejar: “Concordo plenamente” Mas acrescentei “O ruim aqui é o caos urbano”. Me referia ao trânsito infernal, que só piora com mais de quinhentos novos carros sendo despejados nas ruas da cidade diariamente, a poluição, que pode ser vista na linha do horizonte nos dias secos de inverno, o lixo nas ruas que as pessoas jogam, ato impensado, transferido culturalmente de geração em geração, ao barulho dos motoqueiros buzinando até pra pombo que atravessa a rua na frente deles, os motoristas apressados, estressados, mal-educados entre outras coisas. Foi assim então, que surgiu a idéia de escrever minhas experiências sobre as coisas que vi, desde que mudei para o bairro da Consolação em fevereiro de 2008. Também o que eu tenho visto e com certeza verei doravante. Por isso, bem-vindos nessa viagem pelas minhas experiências nas ruas desta cidade caótica mas que eu adoro, que faz coisas acontecerem a cada minuto. Bem vindo ao caos urbano.

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