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sexta-feira, 6 de março de 2009

Vai um cafézinho ai???




Adoro café. (ponto). Mas gosto de café bem feito. Não faz mal se é aquele café preparado na mariquinha feito na fazenda, ou aquela água de batata que a minha mãe faz. Tem de ser fresquinho, feito na hora. O da minha mãe é fraco e doce. Coloco leite, não acrescento açucar, e é uma delicia com pãozinho frances feito na padaria do mercado do bairro. Pão com requeijão e geléia de morango ou doce de leite. Pode ser no café da manhã ou no café da tarde. Este café puro com pão frances e manteiga também vai. Mas tem que ser bebido em copo americano.

Mas tenho um lado chato também. Em Londres, trabalhei como barman num restaurante onde preparava drinks e cafés. Aprendi a fazer expresso e capuccino. Caprichado. Restaurante fino, Chutney Mary no Chelsea, King’s Road. Tony Blair e George Michael tomaram café preparado por mim. Não estou inventando, só nao posso provar. Depois fui trabalhar no Café Rouge. Café frances para inglês ver. Frequentado por intelectuais, cineastas, escritores. Ficava em Parsons Green, depois do Chelsea. Era comum após o expediente, em vez de ir embora, sentar com alguns deles e tomar um café, ou capuccino, preparado por mim. É, lá não tem essas frescuras. Garçon tira o avental e vira um deles. Aprendi a preparar outros tipos de café. Resultado, fiquei um pouco chato. Chato. Bastante chato. Quando vou em um café renomado, que cobra mais de R$ 3,00 por um expresso, quero beber um bom café. Se nao está bom reclamo. E São Paulo tem vários cafés, onde vamos para, mais do que beber um café.

Agora, olha que coisa interessante aconteceu comigo hoje. Na escola onde trabalho, há uma garrafa de café à disposição dos alunos e pais que vêm trazer e buscar seus filhos. Mas sempre vejo uma ou outra criança pegando café. Acho estranho, acho que café não agrada muito o paladar dos petits enfants. Passando perto da mesinha, uma garota bem articulada, de uns 8 anos de idade me parou e disse: “Olha, minha amiga Julia vai experimentar café pela primeira vez. A gente se cohece desde o maternal. Eu adoro ela!” Não resisti e quis saber mais. “Oi Julia. Você nunca tomou café?” “Não”. “Então eu te ajudo. Você gosta de açucar?” “Sim” “Então coloca um pouco de açucar no copo primeiro. Agora coloca um pouco de café!” E eu fui fazendo pra ela ver como era. “Agora mistura.” Ela passou o processo e eu e a Leticia ficamos esperando pra ver qual seria a reação dela. Ela demorou. “Está quente”. Enfim, tomou. “Gostou?” “Eh! É bom!” Mas não achei que tenha gostado muito. Mas foi sua primeria vez. Dizem que a primeira vez a gente nunca esquece, mas duvido que ela se lembrará disso. Tenho certeza, no entanto, que ao crescer irá aprimorar seu paladar e aprenderá a diferenciar o gosto de um bom café do de um de garrafa térmica. Daquele que eu bebo e nem sei por que bebo!

Coincidentemente, peguei um jornal Metro, com data de hoje, e havia um comic strip com a personagem Amely (por Priscila Vieira). Três quadrinhos: 1) A relação sexual em muitos casamentos... 2) Pode ser comparada ao cafezinho de mercado. 3) Você nem faz muita questão, mas já que é de graça você acaba tomando.
Acho que respondeu minha pergunta. Adoro café. Ponto. Mas nem sempre sei por que bebo.

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