Pesquisar este blog

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Viagem a Tierra del Fuego e Patagônia Argentina


Acidentes, Incidentes e Surpresas

Um dia antes da viagem, ao chegar em casa, recebi um presente. Surpresa boa. Era uma caderneta para anotações. Fiz bom uso. As anotações a seguir vieram na maioria, dela.
Depois do check-in, descobri que não poderia embarcar com a bagagem de mão. Eu tinha frascos com líquido acima de 100 ml. Voltei para despachar a frasqueira. Tirei o que precisava, meus documentos, passaporte, carteira, um livro e a caderneta para anotações. Ao entrar no avião me lembrei de algo. Eu havia separado R$ 70,00 para pagar o taxi na volta e havia colocado em um bolso do lado de fora da frasqueira. Na pressa me esqueci de pegar o dinheiro. Não podia fazer mais nada, a não ser contar com a sorte. Ao chegar em Buenos Aires constatei o que já era previsto. O dinheiro havia sumido. Dei bobeira. Fui roubado!
Ao passearmos pelo parque Nacional Tierra Del Fuego, seguimos por uma estrada de terra. A surpresa foi saber que se tratava de um trecho da Carretera Sulamericana, que começa no Alaska e termina la no Terra do Fogo. Há pessoas que a fazem de bike. Levam dois anos para completar o trajeto. Descobri que ali termina a cordilheira dos Andes também. Devo ter estudado na escola, mas havia esquecido.

Era horário de verão em Bs Aires mas não em Ushuaia. O sol se pone quase media noche!

Em Ushuaia, Terra do Fogo, me desgarre (me perdi) do grupo. Havia esquecido de pegar o endereço do hotel e não lembrava o caminho. Fui pelo faro mas não funcionou. Nem conseguia lembrar de como era a rua e as casas em volta. Andei, virei esquinas, subi, desci e nada. A esta altura já tinha tirado o casaco e amarrado a blusa de lã na cintura. Decidi voltar a agencia de turismo, Prestigio, e pedir ajuda. De repente, surge um ônibus da agencia na minha frente. Peço pra parar e explico o que ocorreu. Pablo, o motorista, muito simpático, ligou pra agencia, deu meu nome e conseguiu o nome do hotel. Me deixou na porta. Ficava uma quadra de onde eu estava!!!
Avião atrasa a partida. Seria um vôo direto, mas fomos informados de que pousaríamos em Porto Alegre. Passageiros vindos de Miami perderam a conexão e os colocaram em nosso vôo até Porto Alegre. Em Porto o pessoal desce. Avião parte para Bs As. Assim que começa a andar na pista, somos informados de que voltaríamos porque dois passageiros haviam descido em Porto Alegre por engano. Eles pensaram que estavam em Buenos Aires. (Hellooou. Wake up and smell the coffee!!!). Mais atraso. Chegamos em Buenos Aires (aeroporto Ezeiza) e perdemos nossa conexão para Ushuaia. Parte boa: Tivemos que pernoitar em Bs As. Ganhamos estadia no hotel Wilton na Av Callao. (Não é o Hilton não!) Passeamos pela Recoleta, jantamos em um restaurante legal (Pertutti – Av. Santa Fé, 2020) e passeamos no Puerto Madero. Estive em Bs As fazia 14 anos. Queria muito ver a cidade novamente e isto aconteceu.
No domingo de manhã, ultimo dia em Calafate, fizemos check-out no hotel as 10hs. Tínhamos duas horas ate pegarmos o bus para o aeroporto e resolvemos caminhar. Encontramos uma casa de Te (chá) chamada Ovejitas. Achei lembracinhas lindas e chocolates que aproveitei para comprar. Ao sair com Karin, não encontrávamos o Glauco. Mais tarde o vimos abaixado perto de uma pick-up. Ele ouvia o miado de um gato que vinha de dentro do carro. Quanto mais ele tentava pegar o gato, mais ele se enfiava para dentro do motor. Ele tinha perdido um gato naquela circunstancia quando pequeno e não sossegaria até ajudar o gatito! Ele chamou um homem na casa em frente e ele veio com a chave do carro para ajudar. Foram uns 15 minutos de luta até conseguirem tirar o gato que conseguiu escapar das mãos do Glauco e sumiu de nossa vista. Mas pelo menos fizemos uma boa ação!

Num passeio pelas montanhas, tivemos a visita inesperada de uma raposa que ficou ali, parada olhando a gente!!!

Na viagem de avião, entre Ushuaia e Calafate, pegamos uma tempestade. Chegamos ao aeroporto sob forte chuva. Seguimos ao hotel e a cidade estava quase alagada. Pensamos que o nosso passeio ia ser uma droga chovendo assim o resto da semana. Surpresa. No mesmo dia a chuva parou e ficamos sabendo que em Calafate, Patagônia quase não chove. O clima é seco, quase desértico. Não chovia daquela forma havia cinco anos. No dia seguinte a impressão que se tinha era que não havia chovido no dia anterior. O sol brilhava forte e o vento ardia frio.

Minha preocupação era conseguir uma boa capa de chuva para os passeios que faríamos. No hotel, ao ver um casal entrando com capas plásticas nas mãos, perguntei onde haviam comprado, pois queríamos comprar também. Eles disseram que tinham comprado numa loja dentro do Parque Nacional Los Glaciares por 20 pesos. Pensamos em andar pela cidade procurando capas por um preço melhor. Surpresa. Minutos depois, eles voltaram e deram as duas capas para nós. No final nem precisamos das capas, mas o gesto foi muito bonito!
Outra surpresa foi ver que a maioria dos animais nas montanhas nao tem medo das pessoas. Olha so o passarinho, quase pousando em minha mão. Além da rapoza, vi codornizes, el condor e lebres.

No hotel em Calafate, surpresa mesmo era o que nos serviriam depois do pedido. A gente olha o cardapio, ve o preço e pergunta o que é. Llomo é filé mignon! Ahh! Entao me dá este aqui. Ai o garçon traz pão com manteiga e a gente fica uma hora comendo pão até chegar o prato. E ai o prato é isso ai. Sem guarnição e nada. E o arroz com feijao??? E a salada e a farofa? Cheguei no Brasil, na segunda-feira, fui em um bom restaurante de kilo e fiz um estrago. Que saudade de bife com cebola!!!
Em Ushuaia, ofereciam no restaurante do hotel um prato chamado Cordero Fueguino. Como aprendi a gostar de carne de ovelha, (em Londres comia muito Lamb em restaurante indiano) resolvi experimentar. Como os pratos eram muito grandes, resolvi dividir com o Wilson. Quando chegou, era realmente grande. Dividimos e a surpresa: a parte do Wilson era puro osso. Minha parte era pura gordura. Pensando na deliciosa gordura da picanha que se come no Brasil coloquei um pedaço na boca. Tinha gosto de fígado cru. Tive que sair correndo para o banheiro para .... (já sabem!). Depois, até o nome cordero me dava enjôo. Da pra imaginar a gente comendo um bichinho tao bonitinho!!!!!
No aeroporto em Bs As os pais do Glauco encontraram, por acaso, uma professora de inglês que trabalha na escola deles em Santo André. Ela pegou o mesmo vôo e sentou numa fileira na nossa frente. Parecia coisa combinada!

Nenhum comentário: