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terça-feira, 28 de julho de 2009

Bolsa-Cultura, Bolsa-Familia e Roma.

Panis et circencis

Olha quanta coincidência! sexta-feira passada, um amigo me diz que havia ido ao lançamento do Bolsa-Cultura, ouviu o Lula, etc. ?Bolsa oque? Explicou: Um tipo de vale-cultura, tipo tíquete-alimentação e vale-transporte. Tipo assim, o governo injeta 600 milhões de reais por ano no setor cultural, o trabalhador ganha um vale no valor de 50,00 para ir ao cinema, teatro, show, espetáculo cultural etc. O trabalhador arca com 20%, governo 30% e a empresa com 50%. Já existia o bolsa-familia. O governo dava pão ao povo, agora ele vai dar circo. Nada contra, deixa eu explicar. Se o bolsa-família fosse algo temporário, com o intuito de ajudar a população miserável da terra brasilis ascender socialmente até ter condições de caminhar com as próprias pernas, tudo bem, mas do jeito que está não dá. “Ensine o cidadão a pescar, não dê o peixe”. Agora fica todo mundo escravo do bosa-familia, o povo que não consegue viver sem e o governo, atual ou futuro, que não é louco de tomar uma medida impopular e eliminá-la. E o bolsa-cultura, como será? O problema é que não tem data pra começar nem pra terminar, e ai, nós, pobre classe média, cada dia mais pobre e menos média, vamos pagar a conta para o resto das nossas vidas. Sim, a conta do show de pagode e funk, filme blockbuster, etc. Com sorte, alguém irá conhecer o museu do futebol! Ah, a coincidência? Na mesma semana, eu comprei dois “boxes” com a série Roma da HBO. Assisto com a opção “Todos os caminhos levam a Roma’ ligada. Assim, vai aparecendo explicações sobre a história, costumes e língua do povo romano na época. Um trabalho de pesquisa primoroso. Já assisti os primeiros 12 episódios e antes de começar o Box 2, peguei um livro de história para relembrar como era a República nos 500 anos que antecederam o período mostrado no seriado (52 A.C.) quando Cesar se torna ditador, é assassinado por Brutus, e sangue e mais sangue. Há! Tem sexo também! Olha só o que eu li no tal livro: “Durante a segunda metade do século II a.C., a situação em Roma revelava-se insustentável, e diversas revoltas isoladas agitavam a cidade e o campo. Tentando resolver esse problema, o governo de Roma instituiu a distribuição gratuita de trigo aos plebeus e permitiu seu ingresso gratuitamente nos circos das cidades. Era a política do “pão e circo” (panis et circencis), que procurava minimizar os conflitos sociais por meio de um paternalismo custeado pelo Estado.” Bem até aí, é só história, né? Mas não é justamente para isso que aprendemos História? Ou seja, aprender como não fazer? Faz parte da nossa história também, e de nossa realidade a distinção entre nobilis e plebe, escravidão, antes e depois de 1888, a insatisfação com o modus operandi dos nossos governantes. E o texto continua: “Entretanto, essa política apenas adiou a solução do problema, sem resolvê-lo.” Alguém vê mais alguma coincidência ai?

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