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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

My Cousin Rachel by Daphne du Maurier


Terminei na segunda-feira, à 1h30 da manhã, a leitura deste livro fantástico. Morto de sono, não conseguia parar. Se você leu Rebecca, da mesma autora, sabe do que estou dizendo. Daphne Du Maurier não está sentada no panteão de autores da literatura inglesa ou Britânica, pois foi e é considerada, ou diria rotulada, como uma escritora romântica popular. Mas quem é que está preocupado com isso quando pega um livro e, desde o início, se prende as personagens e ao ‘plot’. No final de cada capítulo fica uma pergunta no ar para ser respondida. Você é apresentado à prima Raquel (Cousin Rachel) através das cartas enviada a Philip pelo primo e protetor Ambrósio. Junto com Philip você cria uma imagem dela, sem ter certeza de quem ela é realmente. Ai, você viaja com o Philip para Florença e junto com ele sente o calor e o cheiro de um país distante preso a uma descrição minuciosa, mas não cansativa, do lugar e das pessoas. Volta para Cornwall, Inglaterra e finalmente conhece a prima. Aos poucos vai sendo conquistado por ela, assim como Philip. Depois, lentamente, vai criando dúvidas sobre o caráter da prima, como o narrador da história à medida que ele recebe cartas póstumas de Ambrósio. Não se trata de Machado de Assis, mas sim, me lembrei do Bentinho e Capitu em Dom Casmurro. Não creio, entretanto que ela tenha lido Machado antes de escrever este livro. Voltando a Du Maurier, Philip está cego de amor. Todos, em sua volta, percebem menos ele. Prima Raquel é hora uma santa, hora uma vaca oportunista. Você vai e vem e não sabe para onde está indo. Não consegue parar de ler. Ele pergunta e ela diz sim. No capítulo seguinte ela diz não. Ou melhor, ela não havia dito sim. Foi uma interpretação. De quem? De Philip ou nossa, como leitores? Quem está dizendo a verdade? Philip está ficando louco de ciúmes? Ela seria capaz de matar alguém? Bem, se eu falar mais vou entregar o ouro e não quero ser um spoiler. Leitura em inglês, please. Linguagem impecável. Não, não é o tipo de inglês que a gente vai sair por ai falando, tipo: ‘The mistress,’ Seecombe said, ‘had not wished Mr Ashley to know, lest it should be thought presumptuous of her.’ Mas que delícia ouvir alguém falar assim! Assim como ler um livro de Jane Austen e E. M. Forster e depois assistir a filmes como Orgulho e Preconceito e Uma Janela para o Amor, e ouvir as personagens, “snobish upper-class people” falando dessa forma e nos enganando, acreditando que toda Inglaterra fala assim, até o dia em que vamos para lá e nos decepcionamos, a principio, ouvindo a maioria, ‘the working class people’ falando um inglês indecifrável, mistura de inglês e ‘cockney English’. Mas isto é um assunto para outro dia. Fica ai uma sugestão de leitura. Eu, que não li, já estou pronto para o próximo livro dela. Agora será Rebecca, e no futuro, uma visita a Cornwall.

Um comentário:

Maria Karolina disse...

Ooi!
Estava fazendo um trabalho sobre esse livro para um amigo. Ainda não cheguei a ler o livro, mas pelo seu texto, encantei-me pelo livro! Brevemente, lerei-o, só por sua indicação! Obrigada! :)

Maria Karolina
http://fashion-fashiongilr.blogspot.com/